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quarta-feira, 10 de julho de 2019

JAVALI, um power trio aos velhos moldes do bom Rock and Roll.


Conheci o Javali quando se chamava Pop Javali por intermédio de um amigo em comum. De cara eu curti o som deles, um power trio bacana, com uma pega técnica, pesada e com as doses necessárias de virtuoses.
O papo foi com Marcelo Frizzo, baixista e vocalista do grupo.
Vamos ao papo !

Por Luis Carlos
Fotos: divulgação.

1 – Quando e como começou o Javali? Aliás, por que a mudança do nome de Pop Javali para somente JAVALI?
EM 1992, O LOKS E O JAÉDER ME PROCURARAM COM UMA PROPOSTA DE MONTAR UMA BANDA DE SOM AUTORAL. COMO JÁ NOS CONHECÍAMOS A SINTONIA FOI INSTANTÂNEA E A IDEIA COMEÇOU A FLUIR DESDE OS PRIMEIROS ENSAIOS COMO SE JÁ TOCÁSSEMOS JUNTOS HÁ ANOS. O “POP” NO NOME ACABAVA GERANDO CONFUSÃO PARA ALGUNS, SUGERINDO UM ESTILO MUSICAL QUE NÃO CORRESPONDIA AO SOM QUE A BANDA FAZ. DE UNS ANOS PRA CÁ NOSSO SOM TEM SIDO MAIS PESADO, DE FORMA QUE “JAVALI”, POR EXPRESSAR UMA CERTA “SELVAGERIA”, ENCAIXA MELHOR AO QUE A BANDA FEZ. ADEMAIS, SERIA UM TIRO NO PÉ MUDAR RADICALMENTE O NOME DA BANDA DEPOIS DE UM QUARTO DE SÉCULO DE CARREIRA, DE FORMA QUE A ADAPTAÇÃO SE MOSTROU A MELHOR SAÍDA.

2 – O mais recente trabalho de vocês, “Life is a Song”, do qual eu considero o melhor trabalho já lançado pela banda, possui apenas 7 canções e uma arte linda (feita pelo artista João Duarte), mas digamos mais econômica. Por que essa decisão?

QUANDO VOCE LANÇA UM ÁLBUM COM 12, 12 MÚSICAS, O OUVINTE ACABA NÃO OUVINDO TODAS COM FREQÜÊNCIA. ELEGE SEMPRE AQUELAS 5 OU 6 DE SUA PREFERÊNCIA E ACABA NÃO DANDO TANTO ATENÇÃO PARA AS DEMAIS, MESMO QUE SEJAM EXCELENTES MÚSICAS. O MESMO ACONTECE NA HORA DE MONTAR UM ‘SETLIST’ PARA SHOWS; VOCÊ NÃO CONSEGUE TOCAR TODAS AS MÚSICAS DO ÁLBUM, ATÉ PORQUE PRECISA MESCLAR FAIXAS DOS TRABALHOS ANTERIORES. ASSIM, O CHAMADO “EP” (DENOMINAÇÃO QUE EU PARTICULARMENTE NÃO GOSTO POIS SUGERE UM TRABALHO MENOR, O QUE NÃO É) ACABA ENTREGANDO PARA O OUVINTE 7 FAIXAS AS QUAIS ELE DEVERÁ OUVIR A TODAS COM A MESMA ATENÇÃO E GOSTO. NOS DIAS DE HOJE, EM QUE O TEMPO É CADA VEZ MAIS ESCASSO, MENOS É MAIS.

3 – Acho o som de vocês numa vibe bem Rush na década de 90 e um vocal com uma pegada bem Marillion. Qual são as influências mais diretas da banda?

CRESCEMOS OUVINDO AS BANDAS CLÁSSICAS DE ROCK DOS ANOS 70 E 80. NÃO DÁ PARA NEGAR QUE “PURPLE”, “SABBATH” E “ZEPPELIN” INFLUENCIARAM DIRETAMENTE. SOMADOS, VÊM OS SONS QUE CADA UM DOS MÚSICOS TEM MAIS APREÇO INDIVIDUALMENTE. EU, POR EXEMPLO, SEMPRE GOSTEI E OUVI MUITO “YES”. MAS, COM CERTEZA, ATÉ PELA FORMAÇÃO DE POWER TRIO, “RUSH” É UMA INSPIRAÇÃO MUITO FORTE PARA ‘JAVALI’.


4 – Ainda sobre esse disco novo, achei ele bem mais pesado e direto do que os anteriores. Foi essa a intenção? E a música “Read my Mind”, que saiu como bônus”, foi lançada como um single. Por que essa ideia?

A CADA NOVO ÁLBUM BUSCAMOS EXPERIMENTAR NOVAS SONORIDADES, SEM NOS PERDER A ESSÊNCIA DA BANDA. E EXPERIMENTAR NOVOS ESTÚDIOS E NOVOS PARCEIROS NO TRABALHO DE MIXAGEM E MASTERIZAÇÃO É SEMPRE UMA SACADA FANTÁSTICA, PORQUE A GENTE SEMPRE SAI GANHANDO NOS CERCANDO DE ÓTIMOS PROFISSIONAIS. FOI ASSIM COM OS BUSIC NOS ÁLBUNS ANTERIORES E, DESSA VEZ, COM O THIAGO BIANCHI, QUE FEZ UMA TRABALHO FANTÁSTICO.
‘READ MY MIND’ FOI LANÇADA EM MAIO DE 2018 COMO SINGLE JUSTAMENTE PARA DESTACAR NA MÍDIA A ADAPTAÇÃO DO NOME DA BANDA PARA “JAVALI”.  INCLUÍ-LA NO NOVO ÁLBUM NOS PARECEU UMA IDEIA LEGAL PORQUE ATÉ ENTÃO ELA ESTAVA DISPONÍVEL SOMENTE NAS PLTAFORMAS DIGITAIS. AGORA TODOS PODEM CURTIR EM QUALQUER LUGAR!


5 – Já tiveram CD`s produzidos pelos irmãos Busic (Andria e Ivan do Dr.Sin) e agora com o Thiago Bianchi (Nocturnall). Qual a importância de se trabalhar com eles nas produções?
O RESULTADO FINAL DE UM DISCO DEPENDE SOBREMANEIRA DO TRABALHO DOS TÉCNICOS ENVOLVIDOS NO PROJETO. DE NADA ADIANTA UMA MÚSICA EXCELENTE NAS MÃOS DE UM PRODUTOR RUIM – E VICE-VERSA. SEMPRE NOS PREOCUPAMOS MUITO COM ESSE ‘CASAMENTO’ BANDA / PRODUTOR, PORQUE O PRODUTO DE QUALIDADE DEPENDE DESSA SINTONIA. E SEMPRE TIVEMOS SORTE DE TRABALHAR COM VÁRIOS PRODUTORES DE CAPACIDADE E COMPETÊNCIA MUITO ACIMA DA MÉDIA.  TODOS SAEM GANHANDO, PRODUTORES, MÚSICOS E OUVINTES.
6 – Vocês fizeram uma turnê europeia, tanto que lançaram um disco chamado “Live in Armsterdam”. Por que a escolha dessa cidade e como foi fazer essa turnê?

NA VERDADE, FOI UMA SITUAÇÃO INUSITADA. NADA FOI PREVIAMENTE PROGRAMADO. O SHOW EM AMSTERDAM FOI O ÚLTIMO DA TOUR. CHEGANDO NO “WATERHOLE”, LOCAL DO SHOW, FOMOS RECEBIDOS PELO TÉCNICO DE SOM QUE, GENTILMENTE, SE OFERECEU PARA GRAVAR O SHOW E, PARA TAL, SOMENTE NOS SOLICITOU UMA PENDRIVE. ACHAMOS A IDEIA ÓTIMA, PRA TER UM REGISTRO PESSOAL, UMA LEMBRANÇA MESMO, EM PRINCÍPIO APENAS PARA NÓS. FOMOS SURPREENDIDOS QUANDO CHEGAMOS NO BRASIL E OUVIMOS A GRAVAÇÃO. ESTAVA TODA SEPARADA EM CANAIS, INSTRUMENTO POR INSTRUMENTO, E A EXECUÇÃO FOI SURPREENDENTEMENTE LEGAL. PENSAMOS: “POR QUE NÃO LANÇAR ISSO EM UM ‘CD LIVE’?” AFINAL, NÃO É TODO DIA QUE VOCE TEM UM CD GRAVADO AO VIVO EM AMSTERDAM RSSS. O RESULTADO FOI UM ÁLBUM MUITO BACANA QUE  ACRESCENTOU DEMAIS EM NOSSO CURRÍCULO.


7 – Falando um pouco dos dois primeiros trabalhos, “No Reason to be Lonely”, “The game of Fate” e “Resilient”, comente um pouco sobre o que eles representaram em cada momento da carreira do Javali.
CADA UM DESSES ALBUNS TEM UM “PORQUÊ” E CADA UM TEM SUA PRÓPRIA MAGIA. NÃO CONSIGO DIZER DE QUAL EU GOSTO MAIS. SÃO TODOS “FILHOS AMADOS” RSSS “NO REASON” TEM A ESSÊNCIA DE NOSSA HISTÓRIA. FOI GRAVADO EM 2011 E CONTÉM MÚSICAS QUE FORAM COMPOSTAS DESDE 1992
ATÉ MÚSICAS COMPOSTAS SEMANAS ANTES DE GRAVARMOS O CD. É UM ÁLBUM HISTÓRICO PRA MIM. “THE GAME” É UMA PRODUÇÃO IMPECÁVEL DOS IRMÃO BUSIC E CAPTA UMA FASE SENSACIONAL DE COMPOSIÇÃO DA BANDA. FOI O ÁLBUM QUE NOS PROJETOU INTERNACIONALMENTE E QUE AINDA LIDERA A PREFERÊNCIA DA AUDIÊNCIA, PELO MENOS NA INTERNET. ‘RESILIENT’ TRAZ UMA PEGADA MAIS PESADA, RESULTADO DA VIAGEM E DO CONVÍVIO COM BANDAS DESSE ESTILO NA EUROPA. TEM UMA SONORIDADE ÚNICA E É SEM DÚVIDA UM ÓTIMO CARTÃO DE VISITAS PRA QUEM CURTE O LADO MAIS “HEAVY” DA BANDA.

8  - Deixe recado final para os leitores do Arte Condenada.
ALÔ GALERA!  VAMOS MANTER FIRME A CENA APOIANDO AS BANDAS, COMPARECENDO A SHOWS E ADQUIRINDO SEU MATERIAL. VAMOS SAIR DE TRÁS DO COMPUTADOR/CELULAR E PRESENCIAR OS EVENTOS! TIRA A BUNDA DA CADEIRA MEU IRMÃO!!!

MUITO OBRIGADO, LUIZ CARLOS. É UMA HONRA E UM PRIVILÉGIO!

SUCESSO!


sábado, 6 de julho de 2019

Luciano Piantonni, profissionalismo ímpar no cenário Metal Brasileiro.

Conheci Luciano anos atrás em uma edição do Roça and Roll, festival que acontecia em Varginha, interior de Minas Gerais. Mas, alguns anos depois quis o destino que acabássemos nos conhecendo mais, e que acabou resultando no fato dele fazer assessoria de imprensa para a banda que eu tocava na época.
Luciano é a competência em pessoa, inclusive um cara que já enfrentou um AVC e se superou da melhor forma possível, tanto que na época muitas mensagens das mais diversas pessoas importantes e influentes do cena se solidarizaram com ele, reflexo não só da sua importância dentro do cenário, mas também da simpatias e caráter que possui.
Vamos ao papo !

por Luis Carlos
Fotos: Arquivo pessoal.

1 - Entre tantos daí de São Paulo, você é um dos caras mais atuantes no cenário.
Como e quando começou essa paixão pelo Rock e Metal?
Luciano Piantonni: Antes de mais nada, obrigado pelo espaço e consideração; Minha paixão pelo Rock/Metal começou em 1983, com a vinda do Kiss ao Brasil. Desde então, a meta era “fazer parte disso”, de uma forma ou de outra... (risos). No caso, sempre fui fanático pelas revistas Metal e Rock Brigade, então foi mais ou menos por onde tudo começou. Me sinto um privilegiado por ter feito parte dos últimos anos da Rock Brigade. De um fanático leitor, a um redator.

2 – Atualmente você vem fazendo o Rock Add. Como é que pintou essa ideia e o que tem feito com esse trabalho?
Luciano: Como faço a produção do programa Pegadas de Andreas Kisser da 89FM, desde 2013 (e nos anos 90 fiz parte de uma famosa e atuante rádio comunitária do ABC paulista, a Patrulha FM), sempre quis voltar a essa coisa de ter um programa de rádio, mas num formato mais de bate-papo, tipo aqueles programas ao estilo do saudoso Ricardo Boechat. Com essa coisa de podcasts (onde você hospeda o arquivo onde quiser), o Rock Add surgiu de conversas com meu amigo Daniel Closs que topou levar a ideia adiante. Surpreendentemente as pessoas tem gostado, estão comprando as camisetas, enviam comentários e sugestões. Já fui até parado algumas vezes na Galeria do Rock, por gente que diz acompanhar... (risos)




3 – Você atuou muito como assessor de imprensa, inclusive para uma banda que eu tocava (Statik Majik). Não tem mais realizado esse tipo de trabalho? E qual tua opinião sobre esse trabalho no cenário atual?
Luciano: Verdade! Trabalhar com vocês (na época da Statik Majik) foi bem legal! A gente se divertia. E eu comia bolachas Piraquê de Morango, cada vez que você vinha do RJ para SP – fazia o tráfico das bolachas que eu não encontrava aqui... (risos). Trabalho com isso até hoje e na minha opinião é uma ferramenta muito legal para “espalhar” uma banda.

4 – No “pegadas” (programa Pegadas de Andreas Kisser). Como é que você foi parar ali e como é trabalhar com o Andreas, um cara que ao mesmo tempo é um músico que você também é fã?
Luciano: O programa estava rolando haviam 3 meses, se não engano. Um dia marquei com o Andreas – que já era de certa forma, amigo – de levar o pessoal do MX. Em seguida comecei a sugerir outras bandas e quando vi já estava produzindo ao lado dele. Pô, puta honra fazer esse trabalho ao lado do cara, que como você disse, de ídolo passou a um grande amigo! Rola de tudo ali, de bandas do extremo underground a gente como Zé do Caixão, jogadores de futebol, Eddie Trunk, Vinnie Paul, Anthrax, John Bush, Dan Lilker, etc.

Com Jaz Coleman do Killing Joke.
5 – Você é um colecionador assíduo. Tem ideia da quantidade do material que você tem hoje? E desse material, cite pelo menos alguns deles que você considera como preferidos.
Tem algum que você ainda não conseguiu adquirir?
Luciano: Sim, coleciono muita coisa; CDs, LP’s, DVD’s, revistas, e outras coisas ligadas ao Rock e Metal (que vão de palhetas a bonecos colecionais). Devo ter uns 2 mil CDs, uma porrada de discos, umas mil palhetas... Com ênfase na “trilogia sagrada” Metallica, Kiss e Iron Maiden. Acho que das coisas que não consegui ainda, a principal foi a caixa (box) do Iron Maiden, “The First Ten Years” em vinil (embora tenha alguns singles avulsos!). Um dia ele virá parar na minha mão! (risos)

6 – Nesses diversos encontros com músicos que você tem através do teu trabalho, qual é aquele que você ainda não conseguiu realizar o sonho de se aproximar, de tirar aquela foto, autografar CD´s?
Luciano: Felizmente encontrei vááários músicos que sou fã. Mas claro que tem sempre aquele que ainda não rolou. No momento eu diria que dois caras que ainda gostaria muito de encontrar, são o Rob Halford (Judas Priest) e o Paul Stanley (Kiss).

Com DD Verni do Overkill.
7 – Entre várias coisas que você faz, ainda tem algo que gostaria de realizar e não teve oportunidade?
Luciano: Gostaria de ter um programa numa rádio aberta. Um programa só meu, pois fazer parte de um, já faço – o Pegadas de Andreas Kisser. E por incrível que pareça, desde criança, sempre tive “bandinhas” de Metal e Hardcore. Então, ainda pretendo juntar com alguns amigos e gravar um disco, mais pelo prazer de ter algo registrado. Tenho algumas experiências em demos. Mas nesse caso, o sonho é gravar algo na linha dos primeiros do Terrorizer, Carcass e Napalm Death, ou seja, bagaceira pesada e suja, o que dá aquela nostalgia do “faça você mesmo”, de bolar a capa, projeto gráfico, parte musical e tudo o que envolve esse tipo de trabalho – só preciso decidir se tocarei guitarra, ou se darei alguns berros (risos!)

8 – Deixe seu recado final para os leitores do Arte Condenada.
Luciano: Carlinhos, muito obrigado por esse espaço no Arte Condenada!!!! Vira e mexe estamos sempre citando você lá no Rock Add, não só pelo brilhante trabalho que faz no campo da produção, mas também pelo excelente trabalho feito aqui. Que o Arte Condenada continue firme e FORTE! Valeeeeu!