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sexta-feira, 26 de abril de 2019

HICSOS, celebrando sua trajetória musical com um ótimo DVD.


HICSOS, celebrando sua trajetória musical com um ótimo DVD.

Por Luis Carlos


A ideia desse DVD era para comemorar os 26 anos da banda, porém, o material saiu e o grupo já tem 28 anos. Não me espanta por ser a única banda carioca que se manteve ativa da década de 90 para cá, e atravessando todas as barreiras que uma banda underground do estilo passa aqui no Brasil, e isso sem contar com a maior sina na carreira do Hicsos: a troca de guitarristas.
Depois da gravação de DVD, a banda ficou sem Celso Rossatto, que substituíra Antonio Saba, importante integrante do grupo e que tocou por tantos anos no Hicsos. No momento a banda conta apenas com Alexandre Carreiro e está fazendo testes para um novo integrante. Sobre essa saída, perguntei ao baterista Marcelo Ledd sobre o assunto.

"Ele (Celso) saiu da banda de repente, então acho que só ele pode responder o por que. Isso claro que atrapalha muito o decorrer do nosso trabalho por causa das mesmas coisas de sempre né, arrumar outro guitarrista ensaiar todo o repertório e blá blá blá, mas as novas músicas estão fluindo bem como trio.

HICSOS ((foto: divulgação)
O DVD está bem produzido e conta a história da banda de forma bem didática e bacana, normal para uma banda que realmente tem a dizer e consequentemente tem o mérito de repassar com conhecimento de causa ao público e aos seus fãs todo o seu trabalho, ainda mais nas palavras do Marcus Anvito e Marcelo Ledd, respetivamente baixista/vocalista e baterista da banda, e que estão na cena por um bom tempo. Também, para quem ainda não conhece o trabalho da banda, já que existe a probabilidade de muitas pessoas conhecerem o Hicsos através desse DVD, visto que vivemos hoje em uma geração mais visual do que áudio.

O que se percebe claramente ao acompanhar a história do Hicsos no DVd é a diferença do público daquela época para hoje, onde se via shows com uma boa presença de público. Perguntei novamente ao batera sobre essa diferença, no que o baterista Marcelo Ledd me respondeu: 

"Ah, essa época era fantástica e ainda trazia esse comportamento dos anos 80 . Era bom demais tocar e ir aos shows, só que com o tempo, acho que a galera começou a se comportar diferente porque todo mundo tinha banda, e foi ficando mais frio o modo de como o público se comporta, mas de vez em quando o pessoal alopra".

O que sabemos é que o Hicsos, apesar de tanto tempo na estrada, ainda tem muita lenha pra queimar. Já são 3 cd´s lançados e reconhecidos, assim como turnês pelo Brasil e Europa. 
Sobre o momento atual e o futuro da banda:

"Estamos divulgando nosso DVD e marcando shows pontuais,  ao mesmo tempo que estamos dando sequência ao repertório do novo disco que se tudo der certo sairá no segundo semestre. Esperamos que o cara certo para a vaga de guitarrista surja logo para contribuir para as novas composições. Obrigado pelo suporte !"

O DVD tem a participação de pessoas importantes da cena carioca, como Marcelo Mendes, produtor do evento rato no Rio e Pompeu, vocalista do Korzus, banda que sempre foi muito parceira do Hicsos em shows e produção de discos. Falando em shows, eu mesmo me senti muito honrado por contar com um evento que produzi em 2015 e contou com a participação do Hicsos.

Agora, estão esperando o que para adquirir logo esse DVD ?
RECOMENDO.





quarta-feira, 17 de abril de 2019

NUCLEAR ASSAULT - Danny Lilker fala do retorno do grupo ao Brasil.


NUCLEAR ASSAULT - Danny Lilker fala do retorno do grupo ao Brasil.

Entrevistar o Nuclear Assault, ainda que por e-mail, já tornaria uma conquista pessoal, e mais do ser que jornalista nessa ocasião, era também a realização de um fã. 
Realização essa, que não seria possível sem a ajuda da Erika, manager do grupo aqui no Brasil, e do Rodrigo Scelza, produtor que está trabalhando comigo em vários eventos pelo RJ.
Sendo assim, a entrevista foi realizada, e para somar ainda mais, ela foi realizada pelo lendário Danny Lilker, músico que não só faz parte do Brutal Truth, como também fez parte de grupos como Anthrax, S.O.D. e Brutal Truth.
Sendo assim, confiram essa entrevista do entusiasmado Danny Lilker.

Por Luis Carlos
Fotos: divulgação.

1 - Quais são suas expectativas para os shows do Nuclear Assault no Brasil ?
Danny Lilker (DL) - Saudações! Nós esperamos uma excelente recepção que tocar no Brasil é fantástico. A paixão dos Headbangers Brasileiros é algo que admiramos.


2 - Falando sobre o Brasil ainda, a banda já anunciou novas datas pelo país, mas também em outross países da América do Sul. Como você compara o público sul-americano com dos Estados Unidos e o da Europa ?
DL
- Posso dizer que, embora o público os Estados Unidos e da Europa seja muito receptivo e entusiastas, nada é como o público apaixonado Sul-americano. Eles sabem cantar a letra de cada música não vão deixar você sair do local após o show até que consigam autógrafos e fotos co ma banda. Eu não estou reclamando (risos).

3 - Em 2015 a banda lançou o EP "Pounder", que é o último material lançado pelo Nuclear Assault. tão longe. Existe alguma chance de comporem novas músicas e até mesmo lançar um álbum completo?
DL - Infelizmente não. Estamos felizes em tocar nosso material antigo e que sabemos que muitos Dos nossos fãs gostam. Nós não somos tão ativos nos dias de hoje, então, escrever e gravar material novo não está no plano.


4 - “Handle with Care” e “Game Over” são provavelmente os discos mais conhecidos do Nuclear Assault. “Surviver” é também outro a ser citado. Estes álbuns parecem definir a maioria
de músicas que estão no set list Mas, há alguma chance de ouvir alguma música do “Something Wicked” ?

DL - Hmmm, esta é a primeira vez que eu ouço alguém dizer que eles gostam desse álbum (risos). Na verdade nós não tocamos essas músicas e esse álbum foi feito depois que eu deixei a banda em 1992. Para ser honesto eu não sei essas tocar essas músicas.

5 - Agora, falando sobre a cena do Thrash Metal nos anos 80, eu acredito que bandas como a Nuclear Assault, formada em 84, merecia mais reconhecimento pelo que fez naquela época. Pelo que se vê na mídia, parece que toda a cena se resume ao Metallica, Megadeth, Slayer e até Anthrax, onde inclusive, você fez parte no começo. O que a sua opinião sobre isso?
DL - Eu concordo! É verdade que essas bandas que você mencionou foram as primeiras a tocar nesse estilo, mas bandas como Nuclear Assault e Exodus, por exemplo, também merecem um reconhecimento maior na minha opinião. Eu acho que foi mais sobre timing do que qualidade.


6 – “Hang the pope” e “Mother Earth” são alguns exemplos de músicas que onde banda flertou com Hardcore e que soa mais como uma diversão. Esse tipo de música de certa forma influenciou o S.O.D. (projeto que Danny Lilker fez parte e que contava com integrantes do Anthrax) para escrever algumas idéias ?
DL - Talvez! Mas eu acho que Nuclear e S.O.D. estavam em dois caminhos paralelos, então, ambas as bandas compuseram músicas hardcore bem rápidas, de maneira independente.


7 - Qual é o seu disco favorito do Nuclear Assault e o que menos curte ?
DL - Na verdade eu gosto do “Game Over” e “Handle With Care” igualmente. “Game” foi realmente rápido e cru, mas “Handle” é muito bem escrito e parece incrível. O menos favorito é “Out Of Order”, o último disco que eu toquei. Durante este tempo eu não estava inspirado para tocar thrash, eu queria tocar grindcore com o Brutal Truth!

8 - Por favor, deixe uma mensagem para seus fãs.
DL - Saudações infernais às hordas de Metal do Brasil! Nós veremos em breve, então, preparem-se para muito Thrash !!!


FORKILL - Novo CD impressiona pela qualidade musical e visual.


FORKILL - “The Sound of the Devil’s Bell”
CD 2019
Gravadora: Dark Sun

Composto de treze faixas, “The Sound of the Devil’s Bell”, é a prova real de mais um grande passo na carreira do FORKILL, que agora é composta por Matt Silva (vocal e guitarra) e Rodrigo Tartaro (bateria), alé mdos já veteranos no grupo: Ronnie Giehl (guitarra) e Gus Nascimento (baixo).
Desde que eu assisti algumas apresentações ao vivo da banda, já tinha alertado para esa evolução, principalmente pelos vocais de Matt, que deram outra dinâmica ao grupo. Falando em shows, ao longo de sua carreira o FORKILL tocou ao lado de grandes bandas como Destruction, Nuclear Assault, Krisiun, Vulcano, além de excelentes apresentações pela cidade. 
O FORKILL está com tudo !

Adicionar legenda
O disco abre com uma intro sinistra chamada "Sucubbus Lament`, e da´iem diante é pedrada sobr pedrada, no melhor adjetivo musical possível. "Emperor of Pain" é pra você banguear do início ao sim. Adoro aquelas partes menos lentas da música, com aquele "pique moshpit",  como faziam e fazem bandas como Exodus e Anthrax. Falando em Exodus, considero umas das maiores referências do grupo, ainda que ao vivo, a banda fique ainda mais pesada e se aproxime até de algo mais extremo, principalmente pelos vocais.
Falando das letras do disco, elas  retratam todas as atrocidades da humanidade, e que, em relação ao título da obra, remete ao sino. Falando em sino, lógico que lembramos do bom e velho Ac/Dc. Daí, a banda ainda tem uma canção chamada "Let there be Thrash. Segunda canção do disco. Isso te lembra alguma coisa ? 

"Reepers of Rage" poderia ter sido escrita facilmente pelo Slayer, e não, isso não significa qualquer tipo de plágio. Pelo contrário, o Forkill tem personalidade, mas, ao ouvir esse som me veio a memória aquela fase entre o "Rainning Blood" e o "Seasons in the Abyss". Rodrigo é um excelente baterista e ser comparado ao Dave Lombardo é um baiat elogio. Merecido, diga-se de passagem. Além da batera, a banda prima por uma ótima cozinha, já que Gustavo toca muito bem. Curti demais seu trabalho em "Whene Hell Rises". Aliás, elas tem até uma pegada mais diferenciada se comparada as outras músicas.
"Warlod", "Leviathan", "OlD Skullz" (adorei esse título) e outras canções no decorrer do disco só vai confirmando tudo que eu escrevi antes. Sobre o quanto o Forkill evoluiu desde sua criação até hoje e que essa formação consolidou de vez esse grande passo na carreira do grupo carioca. 
Lembrando ainda que no track list do álbum ainda tem a regravação de “Vendetta”, música considerada clássica no set do grupo, presente originalmente em seu debut, “Breathing Hate”, de 2013. 
Nem preciso dizer que essa nova versão ficou excelente. Preciso ?

“The Sound of the Devil’s Bell” foi gravado e produzido por Daniel Escobar, por acaso, guitarrista de outra excelente banda do Rio de Janeiro, o Savant. A capa desenhada pelo renomado artista gráfico Rafael Tavares (Torture Squad). O CD foi lançado em formato slipcase, com pôster, adesivo e caixa de acrílico, e pfuturamente também sairá no formato vinil, por uma gravadora gringa.

Resenha por Luis Carlos

domingo, 14 de abril de 2019

CAOS FEST, um caos de solidariedade e boa música.


CAOS FEST

DIA: 13/04/2019

Local: Areninha Hermeto Paschoal (Lona de Bangu/Bangu-RJ)

Se curtir um bom evento é um excelente programa, imagine tendo que fazer isso e ainda poder ajudar o seu próximo?

Caosficina em ação. (Foto por Monalisa carvalho)

Foi isso o que aconteceu na Lona cultura de Bangu em um evento organizado pela banda Caosficina, idealizado pelo seu vocalista Gabriel, que com o apoio do Rato no Rio através do vocalista do Cara de Porco Marcelo Mendes, aliás, veterano idealizador de tantos eventos pela cidade e que bem recentemente está voltando a ativa com alguns eventos. Eles uniram forças para que o Fest acontecesse da melhor maneira possível.
E foi possível, tanto que que o evento saiu melhor do que se esperava ao meu ver, e longe de mim algum tipo de pessimismo, porque o público compareceu em bom número e a lona se tornou um lugar de muita festa e boa música, coisa que não estava acontecendo pela região ultimamente. Música essa, que começou pela banda DECK, que faz um som interessantíssimo, um híbrido do peso do Metal com o alternativo. O quinteto realizou uma excelente apresentação, que se destacou por fazer boas músicas autorais e agradar o público em cheio. Gostei do vocal, tem um lance meio Snake do VoiVod em sua voz.

Deck, uma agradável surpresa.

As duas bandas seguintes foram de covers, que apesar da minha predileção por músicas autorais, pelo menos foram bandas que souberam tocar com convicção, músicas de bandas como Pantera, Audioslave, Judas Priest, Helloween, Iron Maiden, entre outras. Ainda que algumas derrapadas tenham sido feitas em sons mais atuais, como versões de músicas de Korn e Offspring. Mas, é compreensível que não dá para fazer 100 % alguém que cante um estilo mais apurado e que exija talento, ser capaz de melhorar algo que em sua origem já é ruim. Gostaria de ver algum dia essas bandas: SIGMA BLACK  e VIVA BANGLADESH, essa com um vocalista bom, fazerem sons autorais, porque para mim, potencial elas possuem.
De volta aos sons autorais, o CAOSFICINA surgiu no palco para fazer daquela festa um verdadeiro caos. Nada mais justo para o nome que tem. A banda está cada vez melhor, e mais, se desligando de vez de ser um cover do Matanza, que aliás, em suas músicas originais pouco se vê de influência dessa banda, mas sim, de bandas mais antigas do Metal Brasileiro e até do Punk Rock. A banda tem personalidade e fez com que o público se aproximasse de vez do palco para curtir o som de um grupo que cresce no palco, principalmente pelo carisma do seu vocalista, tanto que eu considero essa apresentação a melhor das que eu vi até hoje. A banda promete e tenho certeza que alcançarão voos mais altos muito em breve.
A seguir foi a vez dos “padrinhos” do Caosficina, o CEIFFADOR, grupo que já pode ser considerado veterano na região, já que por intermédio de Tcheco, vocalista do grupo, e responsável por diversos shows pelo bairro de Bangu, e a banda possui a alcunha de serem padrinhos de uma geração ”pós Rato no Rio”, evento idealizado por Marcelo do Cara de Porco, através do Heavy Drink. A banda está com nova formação e fez aquilo que todos nós esperávamos, uma excelente apresentação aos moldes do bom e velho Heavy Metal cantado em português, e se já não bastasse a boa apresentação, hilário e gratificante ver o filho do vocalista de boné e camisa do Ac/Dc em cima do palco com uma guitarra de plástico e agitando em todas as músicas.

Cara de Porco, sinal de diversão garantida.

Para fechar, eles, a melhor e mais divertida banda de Rock do Rio de Janeiro, o maior representante do estilo na zona oeste, CARA DE PORCO, que estava ali divulgando seu novo disco: “Cada cão que lamba a sua caceta”. Aliás, a música que dá nome ao disco foi tocada, assim como outras que entraram no set da banda, inclusive sendo clipe, e se misturaram aos já clássicos bem conhecidos do grupo. Não faltando, é claro, o bom humor em cima do palco, que contava com um ex-integrante chapado e que provavelmente não deve estar se lembrando disso hoje. Na boa, nada tira o humor desses caras, que são capazes até de fazer rir, pessoas em um velório. Não faltaram os discursos, em tom divertido, porém, com muita consciência em se tratando da cena carioca.
Ontem, não só as crianças ganharam com muitos brinquedos e alimentação arrecadados durante o evento, mas também a cena carioca, em especial a da zona oeste, que vem protagonizando shows cada vez mais vazios, e pior, sem shows pela região há um bom tempo. O Caosfest mostrou que é possível fazer um bom evento e levar um bom público e que eu espero que isso seja um novo passo para que as coisas voltem a acontecer pela região. Aliá,s parabéns também para a Lona de Bangu por abrir espaço ao estilo.
O Caosfest foi um caos de solidariedade e boa música !!!