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domingo, 31 de março de 2019

SUPLA - Ilegal, autêntico e alto astral.

Supla é hoje um dos artistas Brasileiros que mais vem produzindo ultimamente, tanto que sua agenda está lotada, coisa que poucas Bandas vem fazendo pelo Brasil, e inclusive, tocando em festivais no exterior. Isso é para poucos.

Ainda por cima, sempre lançando discos, tanto que mesmo divulgando seu trabalho atual "Illegal", Supla já vem trabalhando em uma nova parceria para um novo lançamento. Como sempre, explorando novas vertentes e fazendo sons diferenciados.
Bati um papo com Supla por telefone, por sinal, uma figura gente finíssima e sempre atencioso. A grande prova disso foi que recentemente ele me mostrou som de uma nova banda, provando que ele sabe o status que alcançou em sua carreira, mas nem por isso, se permite estagnar lá em cima, alcançando um público que vai desde o underground até o mainstream.

Voltando a falar de shows, Supla disse que sua turnê passou pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, e nesse meio tempo vem divulgando clipes. "Tenho lançado singles e clipes, como é o caso de músicas como: "Ao som que eu vivi e Illegal.". Além de tudo, tem tocado em shows sold out. Perguntado sobre a expectativa de tocar no Rio de janeiro, Supla disse que será a primeira vez na turnê desse disco e que já tem um bom tempo que não toca na cidade. Tendo sido anos atrás com os Titãs no Circo Voador e com seu irmão no Rock in Rio.

Sobre o disco "Illegal", Supla explicou a ideia da letra que dá nome ao disco. 
"Illegal é cantada em português, Inglês e espanhol porque eu imagino um mundo sem fronteiras, como naquela música do John Lennon: Imagine", Citando inclusive a parte cantada em Espanhol que diz: 
"Ninguen ser humano, Es ilegal, Somos decendientes, De algun ancestral, Que tuvo de huir, De su tierra natal, Estados unidos, Ningun ser humano Es ilegal, Somos decendientes De algun ancestral, Que tuvo de huir De su tierra natal, Estados unidos, No soy ilegal Dejen passar, Los suenos de quien busca Oportunidades en el mundo De las desigualdades, No soy ilegal Dejen passar, Los suenos de quien busca, Oportunidades en el mundo, De las desigualdades"


Supla é diversão garantida, mas tem o que falar, tanto que essa letra mesmo é uma crítica ao atual governo do Trump, por exemplo, que segundo ele, foi construída por imigrantes. "O trabalho foi gravado com a banda atual, esta´tocando comigo um bom tempo, está muito bem ensaiada. Ele falou também do novo disco que gravou. "É um disco gravado com uma nova parceira, Victoria Wells. O som tem uma lance eletrônico, mas ainda co ma essência Punk". Falando nisso, recentemente um clipe foi lançado, para a música "Live like there`s no tomorrow".
Falando em Punk, ao mencionar o preconceito que existe com ele aqui no Brasil, quando muitas lá fora ele toca em grandes festivais do estilo. Supla disse que nem tem mais paciência pra isso, que respeita seu passado e está sempre olhando pra frente tem o que falar musicalmente e verbalmente. "Sobre essa coisa de Punk, vão comer arroz e feijão, vão tomar no...eu não tenho que provar mais nada pra ninguém. "Estão pagando minhas contas ? Não, então, saiam da minha frente". Segundo Supla: "Punk é mais atitude".

Sobre o passado, perguntei se ele teria interesse em regravar algo passado. "Eu regravei Garota de Berlim na época do Charada". Ainda sobre a carreira"Eu não penso igual ao meu pai e nem da minha Mãe, eu penso igual a mim. Eu respondi muito por isso, por ser filho de políticos". "E o meu carma, todo mundo tem o seu, esse é o meu. Responder por coisas que eu não sou, independente de gostar ou não. Nunca usei política pra nada, nunca quis ser político, até seria eleito facilmente.
Supla disse que sobre a carreira, quis fazer o filme dos Trapalhões achou legal fazer, a experiência de filmes tipo do Elvis. Tinha 19, 20 anos." Finalizou citando trech oda letra de Humanos de sua ex-bandaTokyo:

"Querem me obrigar a ser do jeito que eles são, Cheios de certezas e vivendo de ilusão

Mas eu não sou, nem quero ser igual a quem me diz

Que sendo igual eu posso ser feliz"



Autêntico  e sincero, Supla diz que ele trabalha muito, passou por gravadoras grandes e ainda hoje é independente e faz aquilo que quer e que gosta. Sobre uma possível volta do Tokyo, Supla disse que os integrantes estão fazendo outras coisas e é impossível. "O tecladista da banda Marcelo Zarvos é hoje um dos músicos mais bem pagos, fazendo as trilhas da Netflix". O Bidi é produtor...". Disse que estava tocando com irmão, tinha lançado um livro e nem pensava e pensa em algum retorno do grupo.
Supla está na expectativa de voltar a tocar no Rio de Janeiro, falamos de sua agenda e aproveitei para elogiar a agenda cheia. "Tem shows pagando muito bem e outros menos, porque esse é o mercado, e estou tocando toda hora. Eu amo o que eu faço, isso com atitude Punk, pois Punk é atitude".
"Se a atitude é `foda-se´, já é Punk." Encerramos falando da participação do Glen Matlock, baixista do Sex Pistols em um show seu em SP. Elogiou bastante o baixista e mencionou que o show esgotou." Perguntei sobre a Nina Hagen, mas segundo Supla, ela está sossegada, mas disse que seria legal, por exemplo, dela participar em uma nova edição do Rock in Rio.
No recado final, Supla disse: "Quem vai no meu show, sempre se surpreende, é o show é muito pra cima. É diversão garantida".

Entrevista por Luis Carlos
Fotos: Divulgação.


quarta-feira, 6 de março de 2019

Azul Limão, imortais do Metal Brasileiro.



Quando o Azul Limão anunciou o seu retorno, fãs Brasileiros ficaram impactados pela notícia, já que o trabalho da banda era dada como encerrada, além do Azul representar boa qualidade do Metal feito em nossas terras.
Contando cina com os veteranos Marcos dantas (guitarra) e Vinicius Mathias (baixo), o grupo se consolidou com a entrada de Renato Massa (vocal) e o também veterano músico Andre Delacroix (bateria), curiosamente, ambos ex-músicos da extinta banda Metalmorphose, que contava também com Marcos em sua formação.
Além desse grande retorno, a banda surgiu com um trabalho novo: "Imortal", um disco que não deve em nada aos trabalhos antigos e clássicos do grupo e que certamente estará figurando entre os grandes lançamentos do Metal Brasileiro. Coisa que já vem acontecendo por intermédio de excelentes resenhas e indicações dos músicos em votações como melhor instrumentista.
Vamos ao papo !

Entrevista por Luis Carlos
Fotos: divulgação.

1 – O retorno do Azul Limão foi uma grata surpresa, já que a banda estava inativa há anos. O que motivou esse retorno?

Marcos: Após minha saída do Metalmorphose, não queria ficar parado então convidei Vinícius para reativarmos o Azul Limão e ele aceitou. Como Rodrigo e Ricardo não residem mais no Brasil convidei também Trevas e Delacroix que também aceitaram. Foi tudo muito rápido! Em julho fizemos nosso último show com o Metalmorphose. Em agosto fiz a proposta da volta do Azul Limão para a gravadora Dies Irae e iniciamos a gravação do “Imortal”.
Delacroix: O timing foi perfeito. A Metalmorphose entrou em hiato por tempo indefinido e, como a química musical e pessoal entre o Marcos, o Trevas e eu estava ótima, o Marcos nos convidou para o retorno do Azul Limão às atividades, com o outro membro fundador da banda, o Vinicius fechando o time.


2 – O novo disco tem recebido excelentes críticas. Conte-nos um pouco sobre o processo de composição, gravação e lançamento.
Marcos: Eu, Trevas e Delacroix já trabalhávamos nestas músicas durante nosso tempo no Metalmorphose. O processo foi bem simples. Algum integrante apresentava a ideia básica de uma música e a banda trabalhava em conjunto no arranjo. Em agosto fomos para um estúdio mais simples fazer uma gravação rápida como pré-produção para ver como as músicas soavam e para fazer os últimos ajustes nelas. Neste mesmo mês já estávamos gravando as baterias definitivas no Estúdio HR sob os cuidados de Daniel Escobar. Optamos por manter uma sonoridade bem orgânica utilizando bateria acústica e amplificadores valvulados microfonados como antigamente. Em dezembro o “Imortal” já estava nas lojas!
Delacroix: Nós entramos no estúdio com as músicas prontas e só demos aquelas aparadas finais que sempre acontecem na hora dos registros. Foi um processo bem participativo, com “pitacos” de todos da banda e dos produtores Rodrigo Scelza e Daniel Escobar.

3 – Talvez até mesmo fruto desse novo disco, a banda recebeu algumas indicações das mídias especializadas. Fale também um pouco sobre isso.
Delacroix: O mais importante para uma banda, a meu ver, sempre será a opinião dos fãs e nós temos tido uma resposta muito positiva da galera que curte a banda e Metal cantado em português, agora, sempre é uma satisfação ter também o reconhecimento da mídia/ crítica especializada e ser lembrado em enquetes/ votações (mesmo com nosso álbum saindo aos 45 do segundo tempo, em Dezembro de 2018).


4 – O que diferencia “Imortal” dos outros lançamentos da discografia da banda. Falando dos outros discos, conte-nos um pouco sobre o que cada um deles representa na carreira do Azul Limão.

Marcos: O “Imortal” tem a novidade de ter novos vocalista e baterista, Trevas e Delacroix, na banda. Então só por isto já é diferente dos álbuns anteriores. Além disto, apresenta composições recentes que retratam toda a experiência de seus integrantes. É claro que não podemos esquecer que a banda gravou o álbum “Vingança” que representou o ápice da carreira da banda nos anos 80. O álbum “Ordem & Progresso”, gravado no ano seguinte, foi como uma continuação do “Vingança”. Já “Regras do Jogo” foi um álbum feito para deixar registradas as músicas que tocávamos nos shows nos anos 80 e que não entraram nos álbuns daquela época. Então todos os álbuns têm sua importância na carreira da banda.
Delacroix: Concordo com o Marcos, pois o Azul Limão sempre foi muito criativo e variado em todos seus álbuns, o que foi mantido no “Imortal”, então para ser “diferente”, a banda teria que ter gravado um álbum “linear” (risos)), o que foge à proposta da banda.

5 – Ao mesmo tempo que o Metal Brasileiro parece ter um público mais interessado n o que acontece lá fora, muitos valorizam o que se produz no Brasil, em especial bandas que cantam no idioma daqui. Como é trabalhar especificamente para esse nicho de mercado? Ou a banda pretende ir além a partir do retorno e do lançamento ode “Imortal”?
Marcos: O Azul Limão não pretende cantar em inglês pois já criou um estilo pelo qual os fans identificam a banda. Então vamos continuar cantando em português, mesmo sabendo que isto limita nossa atuação no mercado da música Heavy Metal.

6 – Provavelmente eu tenha esquecido da origem, mas faço novamente a pergunta. Por que o nome “Azul Limão”?
Marcos: Foi sugerido pelo nosso baterista Fábio “Bebezão” em 1981. Ele tirou a ideia de uma tirinha de jornal do Hagar, o Horrível. Como eramos meio hippies achamos o nome interessante mas queríamos algo mais ligado ao som pesado. Vinicius sugeriu usarmos até arrumarmos um nome melhor. Até hoje ainda não arrumamos um melhor! (risos)


7 – O que podemos esperar do Azul Limão para esse ano?
Marcos: Este ano será dedicado aos shows de divulgação do “Imortal”. Todos podem ouvir o novo álbum (e os antigos também) nas plataformas digitais como Spotify, Deezer, iTunes etc.
Delacroix: Muita energia e entrega nos shows! Estamos ansiosos pra levar os clássicos já consagrados e os sons novos a todos os fãs do Azul Limão e do Metal Brasileiro por todos os cantos do país.


8 – Deixe suas considerações finais.
Marcos: Me sinto privilegiado de poder ainda tocar numa banda como Azul Limão que 38 anos depois de ter sido criada ainda gera interesse nos fans de rock pesado!
Delacroix: É uma honra ter sido convidado pra fazer parte dessa importante e pioneira banda do Metal Nacional. Estou ansioso para subir ao palco vestindo a “camisa” do Azul Limão e fazer parte do grande retorno, juntos aos colegas de banda e dos nossos fãs! Nos vemos nos shows!