Supla é hoje um dos artistas Brasileiros que mais vem produzindo ultimamente, tanto que sua agenda está lotada, coisa que poucas Bandas vem fazendo pelo Brasil, e inclusive, tocando em festivais no exterior. Isso é para poucos.
Ainda por cima, sempre lançando discos, tanto que mesmo divulgando seu trabalho atual "Illegal", Supla já vem trabalhando em uma nova parceria para um novo lançamento. Como sempre, explorando novas vertentes e fazendo sons diferenciados.
Bati um papo com Supla por telefone, por sinal, uma figura gente finíssima e sempre atencioso. A grande prova disso foi que recentemente ele me mostrou som de uma nova banda, provando que ele sabe o status que alcançou em sua carreira, mas nem por isso, se permite estagnar lá em cima, alcançando um público que vai desde o underground até o mainstream.
Voltando a falar de shows, Supla disse que sua turnê passou pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, e nesse meio tempo vem divulgando clipes. "Tenho lançado singles e clipes, como é o caso de músicas como: "Ao som que eu vivi e Illegal.". Além de tudo, tem tocado em shows sold out. Perguntado sobre a expectativa de tocar no Rio de janeiro, Supla disse que será a primeira vez na turnê desse disco e que já tem um bom tempo que não toca na cidade. Tendo sido anos atrás com os Titãs no Circo Voador e com seu irmão no Rock in Rio.
Sobre o disco "Illegal", Supla explicou a ideia da letra que dá nome ao disco.
"Illegal é cantada em português, Inglês e espanhol porque eu imagino um mundo sem fronteiras, como naquela música do John Lennon: Imagine", Citando inclusive a parte cantada em Espanhol que diz:
"Ninguen ser humano, Es ilegal, Somos decendientes, De algun ancestral, Que tuvo de huir, De su tierra natal, Estados unidos, Ningun ser humano Es ilegal, Somos decendientes De algun ancestral, Que tuvo de huir De su tierra natal, Estados unidos, No soy ilegal Dejen passar, Los suenos de quien busca Oportunidades en el mundo De las desigualdades, No soy ilegal Dejen passar, Los suenos de quien busca, Oportunidades en el mundo, De las desigualdades"
Supla é diversão garantida, mas tem o que falar, tanto que essa letra mesmo é uma crítica ao atual governo do Trump, por exemplo, que segundo ele, foi construída por imigrantes. "O trabalho foi gravado com a banda atual, esta´tocando comigo um bom tempo, está muito bem ensaiada. Ele falou também do novo disco que gravou. "É um disco gravado com uma nova parceira, Victoria Wells. O som tem uma lance eletrônico, mas ainda co ma essência Punk". Falando nisso, recentemente um clipe foi lançado, para a música "Live like there`s no tomorrow".
Falando em Punk, ao mencionar o preconceito que existe com ele aqui no Brasil, quando muitas lá fora ele toca em grandes festivais do estilo. Supla disse que nem tem mais paciência pra isso, que respeita seu passado e está sempre olhando pra frente tem o que falar musicalmente e verbalmente. "Sobre essa coisa de Punk, vão comer arroz e feijão, vão tomar no...eu não tenho que provar mais nada pra ninguém. "Estão pagando minhas contas ? Não, então, saiam da minha frente". Segundo Supla: "Punk é mais atitude".
Sobre o passado, perguntei se ele teria interesse em regravar algo passado. "Eu regravei Garota de Berlim na época do Charada". Ainda sobre a carreira"Eu não penso igual ao meu pai e nem da minha Mãe, eu penso igual a mim. Eu respondi muito por isso, por ser filho de políticos". "E o meu carma, todo mundo tem o seu, esse é o meu. Responder por coisas que eu não sou, independente de gostar ou não. Nunca usei política pra nada, nunca quis ser político, até seria eleito facilmente.
Supla disse que sobre a carreira, quis fazer o filme dos Trapalhões achou legal fazer, a experiência de filmes tipo do Elvis. Tinha 19, 20 anos." Finalizou citando trech oda letra de Humanos de sua ex-bandaTokyo:
"Querem me obrigar a ser do jeito que eles são, Cheios de certezas e vivendo de ilusão
Mas eu não sou, nem quero ser igual a quem me diz
Que sendo igual eu posso ser feliz"
Autêntico e sincero, Supla diz que ele trabalha muito, passou por gravadoras grandes e ainda hoje é independente e faz aquilo que quer e que gosta. Sobre uma possível volta do Tokyo, Supla disse que os integrantes estão fazendo outras coisas e é impossível. "O tecladista da banda Marcelo Zarvos é hoje um dos músicos mais bem pagos, fazendo as trilhas da Netflix". O Bidi é produtor...". Disse que estava tocando com irmão, tinha lançado um livro e nem pensava e pensa em algum retorno do grupo.
Supla está na expectativa de voltar a tocar no Rio de Janeiro, falamos de sua agenda e aproveitei para elogiar a agenda cheia. "Tem shows pagando muito bem e outros menos, porque esse é o mercado, e estou tocando toda hora. Eu amo o que eu faço, isso com atitude Punk, pois Punk é atitude".
"Se a atitude é `foda-se´, já é Punk." Encerramos falando da participação do Glen Matlock, baixista do Sex Pistols em um show seu em SP. Elogiou bastante o baixista e mencionou que o show esgotou." Perguntei sobre a Nina Hagen, mas segundo Supla, ela está sossegada, mas disse que seria legal, por exemplo, dela participar em uma nova edição do Rock in Rio.
No recado final, Supla disse: "Quem vai no meu show, sempre se surpreende, é o show é muito pra cima. É diversão garantida".
Entrevista por Luis Carlos
Fotos: Divulgação.